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O que os vícios de linguagem dizem sobre nós quando falamos em público

  • sitesoniacampos
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura
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Nem sempre o vício de linguagem é o problema. Às vezes, ele é o sintoma de algo mais profundo.


Há algo curioso que acontece quando estamos diante dos outros. Mesmo quem fala com naturalidade no cotidiano, em casa, entre colegas ou amigos, muitas vezes se transforma diante de uma plateia. 

O ritmo muda, a respiração encurta e, de repente, surgem palavras que antes não estavam ali: “né?”, "ah", “tipo assim”, “tá?”.

Esses pequenos vícios de linguagem, tão comuns quanto involuntários, revelam muito mais do que distração. Eles são sinais. Sinais de que algo dentro de nós está tentando se organizar: o pensamento, a emoção, o medo, a necessidade de preencher o silêncio. É como se o corpo buscasse uma saída para dar conta da exposição, da cobrança, da expectativa do outro.


Por isso, eliminar o vício de forma abrupta raramente resolve. Ele tende a voltar, disfarçado, sob outra palavra. 


O caminho mais inteligente é perguntar por que ele aparece. Pode ser que falte treino. Pode ser que falte conteúdo internalizado, o tipo de preparo que faz o discurso fluir com naturalidade. Pode ser que falte confiança, ou que o pensamento teórico ainda não tenha se transformado em fala viva. Às vezes, é apenas o medo do julgamento.

Mas é nesse ponto que mora a oportunidade. Compreender o vício de linguagem não é um exercício de correção, e sim de autoconhecimento. Ele pode ser o ponto de partida para entender como nos comportamos no palco e, a partir disso, dar direção a todas as comunicações que acontecem ali.


Falar em público não é apenas dominar a técnica. É alinhar intenção e presença. É perceber o que o corpo revela antes mesmo que as palavras se formem. É reconhecer que o silêncio, quando sustentado com consciência, comunica tanto quanto a fala.


Treinar a voz, o gesto e o olhar é importante. Mas treinar a percepção sobre si, sobre o outro e sobre o espaço é o que transforma. O palco, a reunião ou a câmera não criam o que somos. Apenas projetam o que já estava ali.

Para quem deseja se aprofundar nesse olhar, vale assistir ao TED “O poder da vulnerabilidade”, de Brené Brown, e ler o livro “A coragem de ser imperfeito”. Ambos exploram como a exposição pode ser fonte de conexão genuína e como, ao aceitarmos nossas falhas, encontramos a autenticidade que sustenta uma comunicação verdadeira.

Entendido esse passo, é hora de colocar tudo no lugar. É o momento de transformar a consciência em prática, de alinhar o que se sente, o que se pensa e o que se comunica. 


É nesse processo que o treino ganha sentido: quando cada palavra, gesto e pausa passam a responder a uma intenção real. É isso que preparo nas pessoas que desejam entender o próprio funcionamento no palco e construir, a partir daí, uma fala com presença e verdade.

 
 
 

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